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POSICIONAMENTO

  • aoliveira17
  • 6 de jan. de 2023
  • 4 min de leitura

Atualizado: 1 de nov. de 2023

São Paulo, 06 de janeiro de 2023.


Caros(as) cotistas e parceiros(as),


Mas, quem são os compradores marginais? É comum ouvirmos essa pergunta em situações de maior volatilidade nos mercados. Afinal, os preços de mercado refletem o equilíbrio entre os compradores e vendedores de um certo ativo, em um determinado momento.


Se a quantidade de agentes querendo vender é maior que a dos querendo comprar, o preço do ativo tem que cair, até que outros compradores sejam atraídos para fechar a operação. O mercado sempre está em equilíbrio. Para todo vendedor, há um comprador e vice-versa.


Em nossa carta anterior, falamos sobre os três P´s dos investimentos: profits (lucros), posicionamento e políticas. Lá, falamos sobre os lucros. Mesmo com um cenário incerto na economia brasileira, preços mais altos de commodities podem fazer com que o lucro do Ibovespa cresça neste ano de 2023.


Nesta carta, abordaremos mais sobre o segundo P. Um sentimento mais positivo sobre o mercado, refletido por uma maior alocação em ações, por exemplo, pode ser um sinal contrário do que está por vir. Afinal, se todas as pessoas já têm uma determinada ação, quem vai ser o comprador marginal para fazê-la subir?


Começando pelo mundo

O Bank of America, um dos maiores bancos americanos, conduz uma pesquisa com investidores institucionais, perguntando como estão suas alocações de recursos. Os cerca de 300 investidores com US$800 bilhões de ativos sob gestão indicaram em dezembro que ainda têm uma posição abaixo da média em ações globais, conforme gráfico a seguir.

Esse número veio melhorando ao longo do segundo semestre do ano passado, mas ainda indica um certo pessimismo dos investidores. O principal motivo para isso é a inflação elevada e o processo de alta de juros nos Estados Unidos.


O mesmo banco é também um dos maiores gestores de fortunas do país, com quase US$3 trilhões de ativos sob gestão. O gráfico abaixo mostra como está a alocação de seus clientes em ações. Apesar de estar abaixo do pico de 66% da carteira, a alocação ainda está acima da média dos últimos 18 anos, demonstrando um pouco mais de otimismo do que a pesquisa com investidores institucionais.

Passando pelos mercados emergentes

Quando verificamos as principais recomendações em carteiras globais para 2023, há quase um consenso de que os países emergentes devem se beneficiar de uma reabertura da China, impulsionando suas economias. O gráfico abaixo mostra o fluxo acumulado de recursos (em bilhões de dólares) para fundos de mercados emergentes nos últimos anos. Nota-se um aumento desde o final de 2020, mas o fluxo ainda pode ser maior.

A própria pesquisa do Bank of America mostra que apesar de os investidores estarem comprados em mercados emergentes, esse posicionamento ainda está bem abaixo da média:

Chegando ao Brasil

Entre os países emergentes, o mercado de ações do Brasil parece ser um dos mais bem alocados. Mas talvez não pelos méritos próprios. Com as restrições impostas pela política de COVID Zero e as sucessivas interferências em alguns setores da economia, os investidores têm estado bastante cautelosos em comprar diretamente ações na China.


Além disso, os riscos políticos na América Latina, na África do Sul e a guerra da Rússia excluíram outros mercados das carteiras dos investidores. Brasil (e México) acaba se tornando um dos mercados, até agora, investíveis. No gráfico abaixo, do banco JP Morgan, a linha preta mostra como tem sido a alocação em Brasil nos fundos dos mercados emergentes.

Analisando o posicionamento dos investidores institucionais brasileiros, notamos que houve uma redução significativa na alocação em ações nos últimos 10 meses. O gráfico abaixo mostra uma relação entre a alocação desses investidores na bolsa em comparação à base monetária brasileira (M2) e a taxa SELIC (invertida). Em maio, esse indicador estava próximo a 21%, caindo para 11% em novembro.

E o que tudo isso significa?

A alocação em ações no mundo está baixa, apesar de os investidores de varejo nos Estados Unidos ainda estarem com uma alocação acima da média. Se a inflação americana continuar a ceder, a alocação em bolsas globais pode voltar a subir.


Os emergentes têm recebido um fluxo positivo, por conta de uma melhora na percepção de risco na China. Esse fluxo tende a ajudar o Brasil, que continua presente na carteira dos investidores internacionais.


Por aqui, os institucionais reduziram bastante a alocação em ações, mas se a percepção de risco não melhorar ou os juros não caírem mais, o movimento de saída da bolsa pode continuar.


Em busca de um trigger

Uma outra pergunta comum que ouvimos é: mas o que vai fazer os preços dos ativos subirem? As últimas 4 grandes crises no mercado brasileiro (2002 – eleição do PT, 2009 – crise subprime, 2016 – impeachment e 2020 – COVID) coincidentemente acabaram com a ocorrência de um evento externo favorável. 2009 e 2020 foram crises claramente importadas.


Será que em 2002 foi a Carta ao Povo Brasileiro ou um corte inesperado de juros pelo Fed que fez o Ibovespa andar? Foi o impeachment de 2016 ou um grande estímulo na China que ajudou o mercado a se recuperar?


Nunca ao certo saberemos. Mas o gráfico abaixo mostra uma média de performance das ações brasileiras, durantes essas crises, seis meses antes e seis meses depois de seus piores momentos, comparado com um indicador estrangeiro (S&P500 ou bolsa de emergentes). É incrível a coincidência!

Talvez então o motivo principal para o mercado ficar menos pessimista com os ativos brasileiros tenha que vir de fora. Esse trigger pode ser um maior estímulo na China ou o final do ciclo de alta de juros nos Estados Unidos, por exemplo. E, por aqui, se as políticas do novo governo permitirem, acompanharemos esse movimento. Mas, como de costume, buscando sempre alguma justificativa local que se encaixe na narrativa.


Agradecemos a leitura, a escuta e a confiança,


Equipe Dahlia

+55 11 4118-3148



CRÉDITOS FINAIS:

Imagem: Shutterstock

Gráfico 1: Bank of America

Gráfico 2: Bank of America

Gráfico 3: Bank of America

Gráfico 4: Bank of America

Gráfico 5: JP Morgan

Gráfico 6: Bloomberg, B3 e Dahlia

Gráfico 6: Bloomberg e Dahlia











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