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COMPRANDO UM PEDAÇO DO FUTURO DO BRASIL

  • 31 de mar. de 2020
  • 5 min de leitura

Atualizado: 1 de nov. de 2023

São Paulo, 31 de março de 2020. Caros cotistas, investidores e parceiros,

Todos os dias, o futuro do Brasil (ou o Brasil do futuro) é negociado nas bolsas de valores. Achamos que está com desconto. E estamos comprando. Parece que voltamos no tempo. O Ibovespa, em termos reais, voltou para níveis de 2005, antes do boom de commodities. Ou para as mínimas da grande crise financeira de 2008. Ou abaixo de 17 de maio de 2017, a noite das fitas do Temer. Só não voltamos ainda para os níveis da crise de 2016, quando o Brasil estava prestes a quebrar.

Parece que retrocedemos nas reformas. É como se a Quarta Virada brasileira (reforma liberal) não tivesse acontecido.

Ou que as reformas da previdência e trabalhista não tivessem sido aprovadas. Ou como se a política econômica não houvesse mudado completamente, com um forte ajuste nas contas públicas. Parece que o Brasil não amadureceu. Somos do tempo que choques externos eram todos combatidos com juros altos. O dólar disparava, a inflação subia e o único remédio disponível era a alta de juros, agravando mais o problema econômico e jogando o país em uma recessão ainda maior.


Mas o Brasil mudou Vivemos hoje em um outro Brasil. Um país com uma população que quer reformas e está disposta a fazer sacrifícios para o bem maior da população. Um país que o pragmatismo ganha todos os dias espaço sobre a demagogia. Um país que será beneficiado por juros menores, menor intervenção do governo e mais espaço para empreendedores fazerem a diferença.

O que parece refletido nos preços das ações é um Brasil do passado. Não o do futuro que vemos hoje. Nossa sensação é que, como Biff Tannen no filme De Volta para o Futuro II, temos o almanaque do futuro em nossas mãos. Basta usá-lo com responsabilidade.

Choque de realidade É muito difícil comentarmos sobre crises humanitárias, pela complexidade do assunto e pelo fato de envolver vidas. Evitaremos, portanto, tentar desenvolver qualquer análise relacionada aos números e impactos do corona vírus.

Por outro lado, é nosso dever de ofício tentar estimar quais os possíveis desdobramentos dessa crise para os diferentes mercados que atuamos. Nessa linha, acreditamos que os principais pontos que julgamos relevantes para a alocação de capital no médio prazo são:

  • Os juros cairão ainda mais: o Brasil mudou. É a primeira crise em que vemos que o Banco Central tem a opção de cortar juros. A inflação está controlada e o repasse da depreciação do real na inflação é bastante limitado. Juros também são jogos relativos. Se o resto do mundo corta juros e não cortamos por aqui, é quase equivalente a uma alta. Acreditamos que os juros reais no Brasil podem ser negativos, mesmo com uma pausa nas reformas estruturantes. E não descartamos um novo corte antes da próxima reunião do Copom em 6 de maio.


  • O dólar continuará a subir: a depreciação cambial ainda não trouxe um grande benefício para a melhora da conta corrente brasileira (ainda gastamos muito dinheiro no exterior e não somos competitivos para exportar). Porém, a queda dos juros no Brasil fez com que o país deixasse de ser o maior exportador de juros no mundo, reduzindo a atratividade ao capital especulativo. Há também um forte movimento de alta do dólar no mundo. Em momentos de crise, o dinheiro persegue a moeda americana. Em momentos de calmaria, aqueles países com economias mais dinâmicas tendem a ter suas moedas mais valorizadas. O dólar se beneficia de ambos.


  • Os EUA sairão mais rápido da crise que outros países desenvolvidos: ficamos positivamente surpresos com a velocidade de reação do governo americano frente à crise. A injeção de liquidez no sistema, os US$2 trilhões de gastos do governo e o reinício do programa de recompra de títulos aconteceram muito mais rápido do que imaginávamos. O pânico, ao qual nos referimos na carta passada, parece ter atingido o governo americano em cheio.


  • As empresas líderes se tornarão melhores: um dos aspectos mais negativos da quarentena horizontal é o impacto negativo nas pequenas e médias empresas. Uma pesquisa da XP Investimentos apontou que a maioria dessas empresas não suportaria uma quarentena maior que um ou dois meses. Isso abre espaço para as empresas líderes contratarem mais pessoas, conseguirem mais pontos de venda e terem acesso a um crédito ainda mais barato. São essas as empresas que estão na bolsa.

  • O ouro pode subir muito mais: uma das coisas que mais ajudou a proteger a carteira na crise foi a nossa posição comprada em ouro. Acreditamos que a queda de juros no mundo e a expansão fiscal que está por vir aumentarão a busca por ativos reais, favorecendo os preços do ouro.

Passamos a última semana de março comprando ações e aumentando o risco de nossa carteira. O Brasil do futuro está com desconto. Ainda não sabemos qual a intensidade da crise, qual a velocidade da recuperação ou se teremos uma segunda onda de contaminação, mas vemos um esforço coordenado de política econômica para estimular a economia nesses próximos meses. Sendo assim e dado o nível atual de preços, nos sentimos confortáveis em elevar o risco do fundo para um nível mais próximo do neutro. Seguimos comprados em bolsa, dólar, ouro e NTN-B. Quais as lições dessa crise? Uma das perguntas que mais recebemos nas últimas semanas foi essa. Para nós, a lição mais importante é ter uma carteira diversificada, com um nível de risco adequado ao seu perfil e horizonte de investimento. Investir é uma maratona, não uma corrida de 100 metros. Não podemos deixar que tentações de ganhos no curto prazo comprometam o patrimônio das pessoas. Nossa carteira diversificada e nossas proteções nos permitem comprar ações nesses níveis de preço. Além disso, as carteiras têm que ter sempre alguma flexibilidade. Em situações de crise, uma das piores coisas é ter que tomar decisões forçadas. Algumas notícias veicularam que fundos americanos tiveram que liquidar suas posições pela alta volatilidade do mercado. Dessa forma, o tempo joga a seu favor. Dentro de uma carteira diversificada, com nível de risco ajustado aos níveis de preço e condições de mercado, é possível esperar, e não torcer, pelas oportunidades corretas. “Nós devemos isso ao Brasil” O Brasil e o mundo estão passando talvez pela pior crise das últimas décadas. A economia, em algum momento, irá se recuperar. Contudo, não podemos ignorar o impacto negativo que a crise pode ter na vida das pessoas mais vulneráveis. A Dahlia apoia várias causas, para trazer algum conforto para essas pessoas. Aproveitamos para agradecer a todos os profissionais que estão se dedicando para melhorar a vida dos brasileiros neste momento difícil. Desde o início em maio/18, o retorno acumulado do Dahlia Total Return até o dia 30/março foi de 31,9%, equivalente a 291% do CDI e 34,7% acima do Ibovespa, mas com um risco 55% inferior. Obrigado pela confiança, Dahlia Capital.








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