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A ESTÁTUA DA LIBERDADE

São Paulo, 01 de setembro de 2020. Caros cotistas, investidores e parceiros,​

A Lady Liberty, com seus 93 metros de altura, é um dos ícones mais importantes dos Estados Unidos. Ela foi um presente da França, simbolizando a amizade entre os dois países. Foi inaugurada em outubro de de 1886, 110 anos depois da independência dos Estados Unidos.


Além da amizade entre os dois países, o processo de construção da estátua demandou um grande trabalho colaborativo. Do lado francês, o escultor Frederic-Auguste Bartholdi se encarregou dos desenhos e das folhas de cobre que cobrem a estátua. Alexandre-Gustave Eiffel foi responsável por desenhar a estrutura de aço dentro da estátua. Os estudos para essa obra serviram de base para Eiffel construir a torre que carrega seu nome em Paris em 1889.

A estátua simboliza também a força das instituições americanas. A poucos metros dela, em Ellis Island, o governo americano estabeleceu um escritório de imigração. Entre 1892 e 1954, cerca de 12 milhões de imigrantes foram recebidos pela estátua. Uma excelente maneira de instigar os preceitos de liberdade e oportunidade que os imigrantes buscavam. Para os turistas, uma das coisas que mais chama atenção na estátua é seu aspecto esverdeado, marca da oxidação do cobre. Quando Bartholdi escolheu seu revestimento não poderia ter feito escolha melhor. Placas de cobre são maleáveis, resistentes ao tempo e não enferrujam, que garantiram sua durabilidade nos últimos 134 anos com quase nenhum desgaste. O cobre em nossas vidas O cobre é um ótimo condutor de calor e de energia. Ele é principalmente consumido nos setores elétrico, industrial e na construção. Até por isso, ele é frequentemente utilizado como um termômetro da economia global, de onde deriva seu apelido de Dr. Copper. Quando seu preço sobe é uma indicação positiva da saúde da economia real. Nossos fundos investem no metal, pela combinação de alguns fatores principais: 1) uma potencial recuperação do crescimento econômico na China e reflação das economias, 2) é um dos metais que mais se beneficia da migração para uma matriz energética mais limpa e 3) possui características antimicrobianas, que podem ser mais exploradas no período pós-pandemia.

China: estamos em 2017

Descrevemos em nossa última carta, como vemos similaridade do cenário atual da economia chinesa com o que vimos em 2017. O gráfico a seguir mostra as cotações do preço do cobre nos últimos 20 anos. Após o período de forte expansão, vimos uma acomodação entre 2010 e 2016. Naquele ano, o governo chinês voltou a estimular a economia, principalmente através da concessão de crédito para investimento em construção e infraestrutura.


É possível que estejamos vivendo um momento similar agora. Por conta da pandemia, podemos ter ainda mais estímulos. Não sabemos sua magnitude, mas podem ser suficientes para levar a mais uma onda de alta de preços de commodities e das bolsas dos países emergentes. Por uma matriz energética mais limpa Acreditamos que a mudança da matriz energética global terá um impacto positivo na demanda de vários metais. Tomando-se como base o objetivo de limitar o aquecimento global a menos de 2°C, conforme o acordo de Paris, a geração de energia através de fontes renováveis pode se multiplicar mais de 3x até 2050. E essas fontes demandam de 4 a 6x mais cobre para serem construídas. De acordo com um recente estudo feito pelo Banco Mundial, esse movimento poderá aumentar a demanda acumulada pelo cobre em 35-40 milhões de toneladas até 2050, equivalente a quase duas vezes a demanda anual. O impacto em outros metais como o níquel e o lítio pode até ser maior. Porém, a incerteza sobre qual o tipo de tecnologia a ser utilizada para a geração ou armazenamento da energia não garante esse alto crescimento da demanda. Salvando Vidas O Chile é o maior produtor de cobre do mundo. Aqueles leitores que já tiveram a oportunidade de visitar o país, chegando através do aeroporto de Santiago, podem ter percebido. As superfícies de apoio nos guichês de imigração são revestidas por cobre. Não é uma mera propaganda do principal produto de exportação do país. Sua ação antimicrobiana faz com que vírus e bactérias sobrevivam por apenas poucas horas em contato com suas superfícies.

No mundo, mais de 1.000 pessoas morrem por dia por conta de infecções hospitalares. Estudos sugerem que em superfícies de cobre a presença de colônias de bactérias é significativamente reduzida. O gráfico a seguir mostra uma comparação da quantidade da bactéria MRSA em uma superfície de aço inoxidável e em uma outra de cobre.

Em menos de duas horas, o MRSA praticamente desaparece no cobre. Em tempos de pandemia, pode haver um aumento da demanda do cobre em diversas aplicações.


Os preços dos metais são cíclicos Os ciclos de preços de cobre, assim como o de outras commodities, seguem os ciclos econômicos. Porém, ao longo da história alguns picos de preço se destacam. Esses normalmente aconteceram quando vimos algum tipo de choque na demanda.

Os períodos de guerras (guerras napoleônicas, guerra civil americana, 1ª e 2ª guerra mundial, por exemplo) foram alguns deles. A migração chinesa para as cidades foi um outro exemplo. Será que a energia limpa pode ser o próximo?

O passado Agosto foi um mês volátil para os mercados, principalmente para os ativos brasileiros. Uma maior preocupação com a situação fiscal do país aumentou as taxas dos juros longos e levou para uma maior depreciação do real. O Ibovespa caiu (-3,4%), apesar da alta da bolsa americana (+7,0%) e dos emergentes (+2,9%). O futuro Seguimos otimistas com os ativos de risco. As economias têm respondido aos estímulos dos governos e vemos poucos sinais de que as políticas acomodativas estão perto do final. Os avanços da medicina e tecnologia sugerem que estamos cada vez mais próximos de uma vacina contra o Coronavírus. Aqui, um bom lembrete é que nos próximos meses poderemos ter um volume recorde de novas ofertas de ações vindo a mercado no Brasil, talvez passando de mais de R$150 bilhões em 2020. Bom senso, rigor analítico e prudência serão essenciais para investir nesse período. Desde o início em maio/18, o Dahlia Total Return teve um retorno acumulado de 70,3%. Desde o seu início em junho/19, Dahlia Institucional teve um retorno acumulado de 22,0%. Desde seu início em dezembro/19, o Dahlia Global Allocation teve um retorno acumulado de 28,6%. Obrigado pela confiança, Dahlia Capital.














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