top of page

A FORÇA DOS DIVIDENDOS E DAS RECOMPRAS

São Paulo, 02 de julho de 2019.


“Try not.

Do or do not.

There is no try.”


Caros cotistas e parceiros,


A trilogia original

Star Wars é uma das melhores sequências de filmes de todos os tempos. Para os que não são familiarizados com a saga, seu personagem principal, o jovem Luke Skywalker, segue um modelo da jornada do herói, descrito pelo escritor norte-americano Joseph Campbell, no livro “O Herói com Mil Faces” de 1949.


Vários enredos seguem o mesmo padrão dessa jornada: a personagem vive em um mundo comum, recebe um chamado para uma aventura, encontra um mentor, parte para um mundo completamente desconhecido, enfrenta seus medos, passa por duras provas e faz o caminho de volta para seu mundo original, para enfrentar e vencer seu maior inimigo.


A frase no início desta carta foi dita pelo Mestre Yoda no filme “O Império Contra-Ataca” de

1980, quando Luke Skywalker está passando pelo treinamento para se tornar um jedi (guardião do lado bom da força). Luke diz que irá “tentar” retirar sua espaçonave afundada em um lodo, quando é duramente reprendido pelo seu mestre.


Faça antes que as empresas o façam

Nosso cenário macro permanece inalterado. A Grande Moderação Brasileira (GMB) fará com

que o crescimento da economia seja moderado, o Banco Central irá cortar os juros muito mais do que está refletido no mercado e a nossa moeda continuará depreciada.


Um impacto desse cenário é que as condições financeiras das empresas listadas em bolsa continuarão muito boas. Ao longo dos últimos anos, vimos a dívida líquida das empresas do

Ibovespa cair de R$822 bilhões em 2015 para R$668 bilhões atualmente. O lucro operacional (EBITDA) esperado para este ano é de R$420 bilhões, 3 vezes superior ao de 2015.


Quando unimos esses três pontos (dívida baixa, lucro alto e juros baixos), percebemos que a

despesa de juros sobre a dívida comparados aos lucros nunca esteve tão baixa. O gráfico abaixo mostra uma relação entre uma estimativa de despesas de juros em proporção ao lucro do Ibovespa:


Temos argumentado que existem muitas semelhanças do que está acontecendo com a economia brasileira no pós-crise de 2016, com o que aconteceu com os EUA após a grande crise financeira de 2008. Por lá, a recuperação da economia foi lenta e gradual, as taxas de juros foram a zero e o dólar se manteve depreciado contra outras moedas de países desenvolvidos.


Um outro fenômeno menos comentado é que acreditamos que as empresas por aqui passarão a ser muito mais agressivas nos pagamentos de dividendos e em recompra de ações, assim como aconteceu no mercado americano.


Mas, afinal, o que é recompra de ações? As recompras de ações acontecem quando as empresas usam seu caixa para comprar as ações de sua própria emissão. As empresas são umas das maiores alocadoras de recursos da economia. Normalmente, elas escolhem investir em novos projetos, baseadas na expectativa de retornos desta alocação de recursos.


Os retornos podem ser medidos de várias formas diferentes, não apenas financeiro. Projetos podem ter impactos sociais ou ambientais, seguindo padrões ESG (gestão socioambiental e

governança corporativa). Alguns investimentos podem prevenir acidentes ou reduzir gastos futuros.


A recompra de suas próprias ações também é uma forma de investimento. Ao reduzir o número de ações em circulação, a empresa acaba beneficiando a todos os acionistas, uma vez que os preços dessas ações tendem a subir.


Os dividendos também deverão surpreender para cima. Estimativas de consenso de mercado

apontam para uma taxa de dividendo de 4% para o Ibovespa em 2020, mas calculamos que

esse número possa ser mais perto de 5,5%. Isto é particularmente atraente, pois é uma métrica

de retorno real, num ambiente de juros baixos.


Recompras são difíceis de serem estimadas, mas se assumirmos que as empresas podem aumentar sua dívida em 10% para efetuar essas recompras, podemos ter um retorno adicional de 2,7% para o Ibovespa, ou seja, 8,3% incluindo os dividendos. É importante ressaltar também que a reforma tributária, que está sendo discutida no Congresso, pode estimular uma antecipação dos dividendos e/ou aumento das recompras.


Viés de caçar a tendência

Na Dahlia, ficamos muito felizes ao saber que hoje a bolsa já tem mais de um milhão de CPFs cadastrados. Por outro lado, ainda ficamos surpresos como esse número é baixo. Os dados da Anbima mostram que a alocação da indústria de fundos, que atingiu a marca de R$5 trilhões, continua muito baixa em fundos de ações, com apenas 7,2% do total.


First-mover advantage. Estimamos que as pessoas físicas no Brasil tenham alocado R$25 bilhões na bolsa, desde jan/2018. Contudo, esse foi um processo gradual e volátil ao longo do tempo. Meses de entrada de recursos foram também seguidos por períodos de resgates.


Nossos cálculos apontam que esses investidores tiveram um ganho acumulado de R$2,5 bilhões até agora. Porém, notamos um viés de caçar a tendência, no qual os recursos entram à medida que a bolsa sobe e vice-versa. Se esses R$25 bilhões tivessem sido alocados logo no início, o ganho teria sido o dobro. Posicionar-se antes, assim como manter investimentos por um prazo mais longo, faz uma diferença brutal.


Os investidores ainda estão pouco alocados em bolsa, incluindo os fundos multimercados. As

empresas vão começar a pagar mais dividendos e perceber que podem melhorar o retorno para

seus acionistas emitindo dívida e efetuando recompras de ações. Try not. Do or do not. A hora de comprar bolsa é agora.


O passado

Em junho, vimos uma alta generalizada nas principais bolsas mundiais, com destaque para a alta de 6,9% do S&P 500 (índice ações da bolsa americana) e de 5,7% dos emergentes. O fator principal para isso foi a indicação do duplo corte de juros (EUA e Brasil), que mencionamos na carta passada.


E o futuro?

Seguimos com uma visão bastante construtiva para os ativos de risco no Brasil. A articulação recente no Congresso indica que a reforma da previdência será aprovada, sendo “apenas” uma questão de tempo. O Banco Central deverá cortar juros logo após a aprovação da reforma em primeira votação na Câmara.


O cenário externo ainda nos intriga. A economia norte-americana passa por um processo de

desaceleração, que ainda não conseguimos identificar se de fato pode se tornar uma recessão ou não. Por outro lado, vemos sinais de recuperação na Europa e um comprometimento generalizado dos países desenvolvidos em continuar a estimular suas economias.


Desde o início em maio/18, o retorno acumulado do Dahlia Total Return FIC FIM foi de

31,9%, equivalente a 464% do CDI e a 101% do Ibovespa (líquido de taxas), mas com um risco

52% inferior.


Que a força esteja com vocês.


Obrigado pela confiança,


Dahlia Capital

+55 11 4118-3148



Créditos finais:

Gráficos: Bloomberg e Dahlia Capital

Fotos: Unsplash, Shutterstock.








57 visualizações

Comments


Screen-Shot-2021-05-29-at-12.56_edited.p

Rua Joaquim Floriano, 940, cj. 11 | Itaim Bibi | CEP 04534-004 | São Paulo, SP​

contato@dahliacapital.com.br  |  11 4118-2784  |  11 4118 3143

  • Grey Instagram Ícone
  • Spotify
  • Ícone cinza LinkedIn

A Dahlia Capital Gestão de Recursos Ltda. (“Dahlia Capital”) é uma sociedade devidamente autorizada pela Comissão de Valores Mobiliários – CVM para o exercício da atividade de administração de carteiras de valores mobiliários, na categoria “gestora de recursos”. As informações, materiais ou documentos aqui disponibilizados não caracterizam e não devem ser entendidos como recomendação de investimento, análise de valor mobiliário, material promocional, participação em qualquer estratégia de negócio, solicitação/oferta/esforço de venda ou distribuição de cotas dos fundos de investimento aqui indicados. A Dahlia Capital não realiza a distribuição de cotas dos fundos de investimento sob sua gestão e o investidor interessado deve iniciar relacionamento e/ou direcionar sua intenção de investimento junto aos distribuidores/plataformas indicados na aba "onde investir". As informações e materiais aqui dispostos não constituem assessoria ou consultoria jurídica, contábil, regulatória, fiscal ou de qualquer outra natureza em relação às alternativas de investimento e/ou assuntos diversos contidos nos documentos. A Dahlia Capital não se responsabiliza pela exatidão ou completude das informações, nem por decisões de investimento tomadas com base nas informações aqui contempladas. Algumas das informações aqui contidas podem ter sido obtidas de fontes de mercado. Mesmo com todo o cuidado em sua coleta e manuseio, a Dahlia Capital não se responsabiliza pela publicação acidental de dados incorretos, ou por quaisquer outros erros, omissões ou pelo uso de tais informações. As informações, materiais ou documentos aqui disponibilizados têm caráter meramente informativo e não consideram objetivos de investimento, situação financeira ou necessidades individuais e particulares de cada investidor, além de não conterem todas as informações que um investidor em potencial deve considerar ou analisar antes de investir em um fundo de investimento. Antes de investir, é recomendada ao investidor a leitura a lâmina de informações essenciais, se houver, o regulamento e os demais documentos regulatórios aplicáveis do fundo de investimento, notadamente o capítulo que trata sobre os fatores de risco a que o fundo poderá estar exposto (encontrados no site da CVM). O investidor deve sempre se basear, exclusivamente, em sua opinião e na opinião de profissionais especializados por ele contratados para opinar e decidir sobre os investimentos que melhor se enquadram em seu perfil, levando em consideração sobretudo os riscos e custos/taxas aplicáveis. Fundos de investimento mencionados neste documento podem utilizar estratégias com derivativos como parte integrante de sua política de investimento. Tais estratégias, da forma como são adotadas, podem resultar em significativas perdas patrimoniais para seus cotistas, podendo inclusive acarretar perdas superiores ao capital aplicado e a consequente obrigação do cotista de aportar recursos adicionais para cobrir o prejuízo do Fundo. Fundos de investimento não contam com garantia do administrador do fundo, do gestor da carteira, do custodiante ou de qualquer mecanismo de seguro ou ainda do Fundo Garantidor de Créditos – FGC. Não há qualquer promessa ou garantia de performance, sendo que eventual referência de rentabilidade passada ou histórica não representa garantia de rentabilidade futura. A Dahlia Capital não se responsabiliza por decisões, atos ou omissões do investidor ou de profissionais por ele consultados e/ou contratados.
 

PRIVACIDADE


O acesso e navegação a qualquer área deste site, a realização de aplicações em fundos de investimento cujas carteiras são geridas pela Dahlia Capital, o estabelecimento de relação comercial/contratual ou o fornecimento espontâneo de dado pessoal sob qualquer meio à Dahlia Capital são atividades sujeitas aos termos de nossa Política de Privacidade e Segurança da Informação. Recomendamos a leitura atenta e integral de referida Política antes de realizar qualquer uma dessas atividades. Em caso de dúvidas ou discordância com qualquer disposição de nossa Política, é possível entrar em contato com a Dahlia Capital por meio dos canais indicados na Política. No caso de investidores/cotistas de fundos sob gestão da Dahlia Capital, recomendamos que o contato seja feito diretamente com seu respectivo distribuidor/plataforma de investimentos. Ao acessar/navegar em nosso site, você autoriza a coleta de seus dados por meio de cookies nos termos e para as finalidades descritas em nossa Política.

PRI Sig White.png
CDP_logo_Primary_White.png
Gestao-de-Recursos-Permanente.jpg
bottom of page